20 outubro 2013



Holofotes, fama, dinheiro. Ou, será simplesmente, vontade de competir, boa forma, saúde. O que seduz mais nos esportes de alto rendimento?  

Ao falarmos de esportes de alto rendimento, ou esportes vigorosos, parece que estamos nos referindo a um modismo ou a um comportamento da pós modernidade, como a musculação. Não é. A História aponta a direção. As maratonas, por exemplo, uma modalidade esportiva das mais preferidas nos dias atuais, são tão antigas quanto as olimpíadas. Surgiram em homenagem ao soldado grego Fidípides, que se tornou mártir protagonista de uma modalidade de esporte, a cada dia mais popular no mundo. Fidípides foi escolhido para avisar ao povo de Atenas, principalmente às mulheres, que a Grécia vencera a guerra contra o temível exército persa. Os inimigos tinham avisado, caso vencessem, violariam as mulheres e matariam toda a população. Os gregos tinham pressa, porque queriam evitar o suicídio feminino coletivo. Conta que o soldado grego morreu, exausto, logo após dar o recado. Isso foi em 490 a.C.

 Os 40 Km que separam a baía de Maratona da cidade de Atenas, ou os 5.164 degraus da muralha da China, derrubaram fronteiras e aguçaram o interesse dos povos de transformar tudo em lucro. Turismo combinou com economia e fez da prática do leva e traz um negócio para lá de rentável. Qualquer sacrifício passou a valer a pena. A internet leva uma competição de alto rendimento aos clicks de várias outras por todos os continentes. Tem para todos os gostos: futebol, vôlei, basquete, natação, ginástica, corrida, andar de bicicleta, tênis, boxe e ainda o treinamento de força explosiva ou neuromuscular como sprints, exercícios de salto, leg press e extensores do joelho.

Na mesma proporção e voracidade, cresce o time de esportistas amadores, mulheres e homens saradões, executivos, empresários, que seguem o glamour da diversão com o útil e o agradável em roteiros de viagem pelo mundo. Autônomos, esses recreacionistas não tem cobertura de uma agremiação esportiva e, às vezes, nem observam as normas de saúde ao treinar. Muitos correm por correr, inclusive dos alertas médicos.

A ciência colaborou e as pesquisas comprovaram que o exercício leve e moderado são motivo de saúde para todas as faixas etárias. O contrário, a vida sedentária é o fator que mais mata no mundo. Caminhar uma hora por dia evita as cardiopatias. Mas correr 42 Km, distância comum das maratonas mundiais, sem treino e sem preparação adequada, pode causar lesão no coração. É o que dizem médicos da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Correr uma maratona não é para qualquer um, tanto que não é recomendável que um atleta corra em mais de duas maratonas no ano. Quanto maior for o preparo físico, melhor vai ser a circulação cardíaca e melhor o aproveitamento. O coração precisa trabalhar menos para produzir a mesma quantidade de energia. É possível recuperar, mas pode causar desidratação, hipertensão, arritimias agudas ou crônicas. A ausência de fator de risco não quer dizer que seja permitido, todos precisam ter acuidade, observar as variáveis como idade, gênero, peso e fazer avaliação física antes de correr ou praticar esportes de rendimento vigoroso.
O esforço de uma maratona, por exemplo, pode causar um processo inflamatório reversível, mas preocupante. Há destruição de células do coração e liberação de enzimas, que facilitam as lesões. Em atletas amadores, há maior possibilidade de surgirem pequenos coágulos e microlesões. Os doutores Odilon Gariglio Alvarenga, da Minascor e Marconi Gomes, da PBH , cardiologistas, são referências da medicina esportiva. Com eles, vimos que os exercícios físicos de intensidade leve e moderada trazem benefício à saúde. Os de intensidade vigorosa, ou de alta performance, são controversos, porque se referem a atletas extraordinários, do ponto de vista de rendimento. O treino deles ultrapassa o que é prescrito pela medicina. São ultramaratonistas, que extrapolam os níveis recomendados como benéficos para a saúde.
O corpo é como uma máquina. Converte energia química – alimentos - em energia mecânica para sua locomoção. E pode aumentar a intensidade do exercício elevando a taxa na qual a energia é convertida. Um atleta pode correr mais rápido, aumentando a utilização dos combustíveis e regulando a temperatura corporal. Quando ela se eleva para níveis críticos o desempenho é reduzido e traz sério risco para a saúde. O principal mecanismo que auxilia no esfriamento do corpo é a evaporação do suor proveniente da transpiração. Quando o suor evapora, retira calor do corpo. Por isso, não é aconselhável que enxugue o suor durante a atividade.
O treinamento físico interfere no metabolismo assim como a emoção de competir. É necessário que a pessoa tenha programas de treinamento planejados, sob orientação de profissional especializado, para evitar o excesso. Quando a carga de treinamento é muito intensa em relação ao período de descanso, há recuperação insuficiente do metabolismo, o que pode causar um overreaching que, se descoberto rapidamente, pode ser recuperado em poucos dias. Se o treinamento e a recuperação não forem corrigidos, o overreaching pode levar a um overtraining, cujos sintomas mais frequentes são queda no desempenho, fadiga prematura, irritabilidade, sonolência e falta de motivação, falta de apetite, perda de peso, instabilidade emocional, inquietação. O overtrainning acomete cerca de 20% de atletas brasileiros e é frequentemente associado com quadros de infecções e depressões, sem apresentar causa clínica identificável. Os sistemas esquelético, metabólico, cardíaco - que dá suprimento sanguíneo à musculatura ativa - entram em fracasso pelo cansaço e o atleta começa a perder rendimento. Daí, que não se pode prescindir do acompanhamento médico, nem da ajuda de uma equipe interdisciplinar: fisioterapeuta, nutricionista, educador físico. Se parar, enferruja; se exagerar quebra. Há que achar o equilíbrio. A qualquer sinal, é bom aguardar nova largada.


Postado As domingo, outubro 20, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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24 setembro 2013

“Não estou nem aí para os políticos corruptos”, disse uma diarista ao seu patrão. “Professora, quem paga a porta é a prefeitura, por que nós ligaríamos para isso?”, disse um estudante à professora referindo-se à porta da sala de aula que seus colegas quebraram. “Não há problema em jogar lixo na rua, temos que dar emprego aos lixeiros”.

Esses diálogos são mais comuns do que imaginamos. Basta prestar atenção a pequenas atitudes do brasileiro em relação ao patrimônio público. A maior parte da população não o considera como seu, nem que o servidor público deve servir a ele. Mais ainda: que ele paga cada centavo gasto para ter acesso aos bens e serviços públicos.

Esse comportamento coletivo tem sua origem na falsa sensação do não pagamento de impostos decorrente de um sistema tributário injusto, intencionalmente complexo e hipócrita.

Por incrível que pareça, estima-se que as famílias com renda de até dois salários mínimos arcam com uma carga tributária sobre o consumo de 46% da renda familiar, enquanto as com renda superior a 30 salários mínimos gastam 16% da renda em tributos indiretos. Esses números foram apontados por um estudo do Dieese e do Sindifisco Nacional.

Poucos são os que compreendem isso, pois o valor dos tributos nos produtos e serviços não é mostrado ao consumidor. Também é escamoteado do cidadão o custo embutido nos preços da burocracia tributária decorrente das absurdas alterações nas normas e das milhares de demonstrações e declarações que as empresas devem fornecer às autoridades fiscais federal, estaduais e municipais. 

O tamanho da nossa caótica burocracia nos coloca em último lugar em um ranking de 183 países, medido pelo Banco Mundial. Na prática, o custo embutido no valor dos produtos é nove vezes a média mundial. Obviamente, quem paga por isso é a diarista, os alunos, os pedestres e você.

A complexidade tem sua razão de ser. Beneficia alguns poucos que buscam em meio a esse manicômio normativo um “jeitinho” para ser “desonerado” por um sem número de benefícios fiscais que dificilmente existiriam em um modelo simples, racional. O poder público também parasita o sistema através de favores dos seus apadrinhados. 

Por fim, há alguns pensadores nas administrações tributárias que pregam a complexidade, pois assim eles têm na mão todos os contribuintes, afinal ninguém consegue viver sitiado em meio a essa favela tributária.

Mas o Brasil está prestes a dar um passo gigantesco no caminho da democracia e do exercício da cidadania. Entrará em vigor, em junho próximo, a Lei nº 12.741/2012, cujo texto determina a obrigatoriedade da informação dos tributos cobrados nas notas fiscais para os consumidores. A ideia é demonstrar o valor ou percentual, ambos aproximados, da tributação incidente sobre todas as mercadorias ou serviços postos à venda.

Os valores aproximados dos tributos poderão, a critério das empresas, ser calculados e fornecidos, semestralmente, por instituição reconhecidamente idônea. Na prática, a maior parte dos comerciantes irá utilizar percentuais já calculados por instituições especializadas.

O texto aprovado diz também que a informação poderá constar de painel afixado em local visível do estabelecimento, bem como por qualquer outro meio eletrônico ou impresso. Os varejistas poderão exibir o total dos impostos no cupom fiscal, em cartazes, painéis, sites, boletins eletrônicos etc.

Claro que a Lei não é perfeita. Mas nosso sistema eleitoral, muito menos, e nem por isso deixamos de realizar eleições.  

Alguns alegam que os impostos não representarão a realidade. E quem é que de fato sabe calcular o peso dos impostos nos produtos com precisão? Nem mesmo as autoridades conseguem tal proeza. Para estes, seria melhor a total ignorância que a informação aproximada, como determina a Lei.

Outros partem “em defesa” dos empreendedores, afirmando que haverá custos. Mal sabem eles que o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, a Associação Comercial de São Paulo e a Associação Brasileira de Automação Comercial já apresentaram uma solução simples e barata para o “problema”.  

Não é sem motivo que somente 8% da população são contra essa lei, conforme dados do Ibope. Afinal, os sanguessugas da favela tributária sentem-se ameaçados pela luz da transparência.

Assim, quando todos souberem que corrupção, vandalismo e outras “pequenas” incivilidades fazem o preço do feijão e do tomate aumentar, poderemos dizer, com orgulho, que somos uma democracia.

Roberto Dias Duarte

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Estas dicas e informações são para desintoxicar o corpo naturalmente e de modo preventivo. Em casos agravados de desintoxicação, consulte um profissional. O primeiro passo para livrar o corpo de venenosé, evidentemente, parar de ingerir venenos. Parece simples, mas este passo é provavelmente o mais difícil, pois muitas toxinas são encontradas em alimentos diários e até mesmo na água da torneira. É necessário mantermo-nos em vigilância constante.

Antes de determo-nos nas formas de evitar toxinas específicas, seguem algumas diretrizes gerais que devem ser aplicadas todo o tempo:

- Evite alimentos processados e bebidas artificiais

- Escolha produtos orgânicos ou cultivados localmente

- Plante os próprios vegetais

- Evite consumir substâncias nocivas: MSG, HFCS, pesticida, fluoreto de sódio, mercúrio

- Economize dinheiro

- Leia os rótulos ao comprar mantimentos. Se não conseguir lê-los, não os consuma.

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Evite peixes e frutos do mar com níveis elevados de mercúrio. Os peixes com níveis mais elevados de mercúrio são: marlin, laranja, tubarão, peixe espada e atum. Os frutos do mar têm níveis de mercúrio baixos, tornando-se mais seguros para o consumo. São as anchovas, bagre, mariscos, caranguejo, camarão, linguado, salmão, sardinha, tilápia e truta. Em geral, os peixes grandes contêm mais mercúrio, pois se alimentam de peixes menores e absorvem o mercúrio deles. Os peixes maiores vivem mais tempo, o que permite aumentar o teor de mercúrio

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Existem dois tipos de flúor: fluoreto de cálcio e fluoreto de sódio. O fluoreto de cálcio é encontrado naturalmente em água de fontes, enquanto que o fluoreto de sódio é um produto sintético, feito de resíduos de alumínio, da energia nuclear e das indústrias de fertilizantes fosfatados. A água tratada e consumida nas cidades contém sabor forte de metais e produtos químicos como o flúor. Purificadores e filtros de água regulares ajudam a reduzir esses efeitos, mas não filtram o flúor. A purificação da água através de osmose reversa é a forma mais eficaz para remover o fluoreto de sódio da água.

Alguns alimentos processados também contêm alta concentração de fluoreto de sódio, incluindo o chá instantâneo, suco de uva, leite de soja para bebê, alimentos processados e até o creme dental comum com flúor-livre. É necessário consumir alimentos ricos em cálcio e magnésio que ajudam a reduzir os efeitos tóxicos do flúor e dos outros venenos orgânicos.

O magnésio é um mineral muito importante que vive em falta na alimentação moderna em geral. Além de ser importante para o metabolismo e na síntese de nutrientes dentro das células, inibe a absorção do flúor pelas células! O magnésio ajuda o cálcio a deixar os fluoretos longe dos ossos e dentes, permitindo, assim, que o corpo elimine as toxinas. Daí, que na desintoxicação do flúor é importante incluir uma suplementação de cálcio absorvível pelo magnésio.

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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O procedimento padrão para remover metais pesados do corpo é a quelação. É realizado pela aplicação de um agente quelante – geralmente o ácido dimercaptosuccínico (DMSA) - que se liga aos metais pesados impregnados no organismo, expelindo-os naturalmente. A quelação é um tipo de tratamento doloroso, com efeitos colaterais característicos, que somente deve ser realizado por profissionais médicos.

Felizmente, a quelação pode ser feita naturalmente com o uso de ervas e especiarias. Nesse caso, as plantas são os agentes quelantes. O cilantro é uma dessas plantas que possui várias aplicações medicinais. As ervas mais utilizadas e preferidas em todo o mundo, bem como as especiarias em geral, são derivadas dessa planta: Coriandrum sativum, ou simplesmente cilantro, denominação herdada das folhas do cilantro. Suas sementes são conhecidas como coriander. Além de dar sabor especial aos pratos mais famosos, o cilantro é uma iguaria com poder exclusivo de neutralizar o mercúrio.

Mais conhecida como erva de cozinha, o cilantro é capaz de expelir o mercúrio, o cádmio, o chumbo e o alumínio, mobilizando-os nos ossos e no sistema nervoso central. As pesquisas revelam que este seja, provavelmente, o único agente eficaz na mobilização do mercúrio armazenado no espaço intracelular (anexado à tubulina e mitocôndrias, lipossomas, etc.) e no núcleo da célula (revertendo o dano ao DNA pelo mercúrio). Estudos recentes têm sugerido, no entanto, que o cilantro apenas desloca as substâncias tóxicas para outras partes do corpo, devendo ser usado junto a um outro agente, a fim de completar o processo de desintoxicação.

Por sua eficácia, o cilantro mobiliza mais toxinas do que pode suportar, para fora do corpo. Pode ocorrer o risco de inundar o tecido conjuntivo (onde residem os nervos) de metais pesados, que foram armazenados em locais escondidos e mais seguros. É o processo chamado de re-intoxicação. Pode ser facilmente evitado, aplicando simultaneamente um agente de absorção tóxico intestinal. As algas chlorella são agentes complementares do cilantro, assim como o coentro. Além de reparar e ativar as funções de desintoxicação do organismo, a chlorella tem efeito conhecido, de vincular-se aos metais tóxicos e às toxinas ambientais, facilitando sua expulsão pelas fezes.

Estudo recente em animais demonstrou a remoção rápida de alumínio, a partir do esqueleto, superior a qualquer outro agente de desintoxicação conhecido. O cilantro faz com que a vesícula biliar despeje a bile - contendo as neurotoxinas excretadas - para o intestino delgado. A liberação da bile ocorre em processo natural, enquanto o corpo se alimenta. Mas, pode ser reforçado pelo cilantro. A função da chlorella é impedir que grande parte das neurotoxinas que descem para o intestino delgado sejam reabsorvidas pelas terminações nervosas abundantes do sistema nervoso entérico.

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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O aspartame é encontrado em refrigerantes, medicamentos de venda livre e medicamentos prescritos (muito comum ser listado em ingredientes inativos), suplementos vitamínicos, além de ervas, doces, iogurte, pastilhas de hortelã, cereais, produtos sugar-free, xarope de milho rico em frutose, goma de mascar, misturas de cacau, bebidas de café, café instantâneo, gelatinas, sobremesas congeladas, sucos, laxantes, bebidas de leite, shakes, adoçantes, bebidas de chá, chás e refrigeradores de vinho.

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Não é segredo que o consumo de ácidos graxos encontrados nos peixes traz benefícios à saúdes. Os ácidos fazem maravilhas para o cérebro. O ômega-3 é, literalmente, o combustível do cérebro, ajudando a manter suas funções essenciais.

O cérebro depende de dois ácidos ricos em ômega-3, que o organismo não produz: o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o docosahexaenóico (DHA). Esses ácidos somente são obtidos por meio dedieta.

Pesquisadores e profissionais de saúde afirmam que o DHA é o ácido graxo mais importante para a estrutura e o desenvolvimento saudável do cérebro. Importante também para a visão, o DHA deve ser administrado suficientemente durante a gravidez e nos primeiros anos de vida da criança. Já o EPA é essencial para o funcionamento do cérebro nas atividades comuns do dia-a-dia, o que significa que por toda a vida precisamos do fornecimento constante de EPA. Os produtos marinhos são ricos de DHA e EPA, sendo o óleo de peixe um combustível importante para o cérebro.

Regularmente consumir cilantro, alho, açafrão e Omega-3 estimula o sistema imunológico, melhora o pensamento racional e aumenta a memória. As incríveis propriedades desses ingredientes simples, somente agora estão sendo (lentamente) documentadas pela ciência, mas elas têm sido usados por diversas culturas do mundo inteiro durante séculos.



 

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Planta da família do gengibre largamente utilizada no sudeste da Ásia como especiaria, o cúrcuma tem poderes de limpeza e desintoxicação milenarmente conhecidos. O cúrcuma é consagrado na medicina ayurvédica como o rei das especiarias. Seu tempero amargo promove a limpeza do fígado, purifica o sangue e auxilia na boa digestão e excreção. Possui poderosas propriedades anti-inflamatórias.

O cúrcuma intensifica a produção de três enzimas: aril-hidrocarboneto hidroxilase, glutationa-S-transferase e UDP-transferase glucuronil. São produtos químicos chave, que anulam as substâncias potencialmente prejudiciais ao fígado. O cúrcuma oferece proteção semelhante contra os efeitos colaterais de medicamentos como o metotrexato e outras formas de quimioterapia, que são metabolizadas pelo fígado ou transportadas por ele.

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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O alho contém numerosos componentes de enxofre, incluindo o grupo dos mais valiosos: Sulph-hydryl que oxida mercúrio, cádmio e chumbo, tornando-os solúveis em água e auxiliando a excreção e evacuação dos metais. O alho contém, também, o mineral mais importante na proteção contra a toxicidade do mercúrio: o selênio bioativ

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Nos frutos resistentes ao clima do cerrado, onde se encontra a biodiversidade mais rica do planeta, está a mesa farta para as novas descobertas da ciência. Cagaita, mutamba, mamacadela. Nomes que muita gente nunca ouviu falar. Há pouco mais de 10 anos também eram desconhecidos da ciência. O poder funcional estava apenas na tradição popular. Agora, os benefícios para a saúde começam a ter o aval da ciência. Pesquisas recentes comprovam as maravilhas da jabuticaba, da gabiroba e do muricy.

A jabuticaba, fruta considerada um tesouro de Minas Gerais, foi parar nos laboratórios de pesquisa científica da Universidade de Campinas. A casca da jabuticaba Sabará – um tipo abundante na cidade mineira de Sabará - foi transformada em pó e oferecida como dieta para ratos, a fim de se estudar e avaliar suas propriedades nutritivas.

O resultado apresentado foi uma diminuição de 50% do colesterol desses animais, uma redução de 10% da glicemia e a diminuição de 30% dos radicais livres do sangue desses animais. A polpa é rica em açúcares e a casca contém compostos fenólicos, como as antocianinas, que dão a cor escura à fruta. Os compostos fenólicos diminuem a absorção dos açúcares e as fibras aceleram a velocidade do trato gastrointestinal, que diminui a probabilidade do organismo absorver os açúcares. Os compostos fenólicos podem prevenir doenças como o diabetes e o câncer, por exemplo, sempre associados a um estilo de vida saudável, alertam os pesquisadores. Rica em cálcio, ferro e vitaminas B e C, a jabuticaba faz bem para a pele, para os cabelos e ativa a circulação do sangue.

Mário Maróstica, membro da equipe de cientistas, conta que a pesquisa foi publicada numa revista cientifica americana e que, no momento, faz-se a avaliação no organismo humano. É possível prescrever e observar numa quantidade calculada de 10 a 15 jabuticabas com a casca, por dia - mais ou menos 100 gramas - que os resultados alcançados nos humanos são semelhantes. 

Nos estudos da Unicamp em parceira com a Universidade de Cornel, nos Estados Unidos, o muricy se revelou um potente antiinflamatório. O potencial está na casca. Como o cerrado brasileiro é pobre em chuva, isso pode explicar que a proteção está na casca, afirmou a pesquisadora Luciana Malta. No muricy encontramos o resveratrol, a catequina e o ácido ferrúlico. A presença desses compostos está relacionada com a diminuição da incidência de doenças crônico-degenerativas como o câncer, o mal de Parkinson, o diabetes e as doenças do coração. Esses compostos são ainda uma forma de prevenção e não de tratamento.

Já, a gabiroba revela um poder antioxidante dez vezes maior quando comparada à amora e framboesa, frutas muito consumidas nos Estados Unidos.

Bonito como só ele, o cerrado brasileiro apaixona seus herdeiros, raizeiros e colecionadores de conhecimento fitoterápico, que se regalam com frutas doces em toda época do ano. A pesquisa incluiu também outros frutos como a guapeva, o gravatá e o quiabo. Os extratos das frutas foram testados e se mostraram eficazes contra a multiplicação de células do câncer. As frutas apresentaram um início desse potencial anti-câncer, sendo que a que mais se destacou foi a guapeva, cuja fonte mais rica está na casca. As pesquisas revelaram acentuada diminuição das células do câncer de próstata e de mama.

O gravatá, usado contra úlceras e tuberculose, era arrancado do pé e as pessoas que apresentavam esses sintomas o comiam assado.

Antigamente, o cerrado serviu para a indústria do sorvete, que tinham nele uma reserva inesgotável para a produção dos palitos. Hoje, pelo rastro da sabedoria popular, a medicina vem conquistando seus avanços. Tudo o que a ciência vem descobrindo com as pesquisas, os antigos já sabiam.

O quiabo foi considerado pelos pesquisadores da Unicamp como o melhor alimento para controlar o nível de açúcar no sangue. Revelou-se um vegetal completo. Rico em vitaminas, sais minerais, proteínas e principalmente em fibras. No laboratório foi transformado em pó e incorporado na dieta de um grupo de ratos diabéticos. Enquanto que outro grupo comia ração comum. Ao final de 30 dias o cardápio do quiabo em pó fez a diferença.

Além da taxa de glicemia – taxa de glicose no sangue - ter diminuído nesses animais, houve também efeito positivo na absorção do colesterol. O nível de colesterol foi menor nos animais alimentados com a dieta de quiabo, exatamente porque a fibra é importante na dieta, afirmou a pesquisadora Vera Sônia Nunes da Silva.

O organismo dos ratos é parecido com o dos humanos. Os ratos da dieta à base de quiabo comeram 30% menos quantidade e ficaram mais saciados, por causa das fibras, que são indispensáveis para os diabéticos. O quiabo proporciona o esvaziamento gástrico mais lento. A pessoa fica mais tempo saciada e quando o alimento chega no intestino, será liberado mais rapidamente. Além de a fibra do quiabo diminuir a absorção do açúcar no sangue. O que muita gente não imagina é onde estão concentradas as fibras do quiabo. A parte mais rica do fruto é aquela que as pessoas costumam jogar fora: a baba.

A pesquisadora foi até as casas dos produtores, ensinar as famílias a preparar o quiabo sem perder as propriedades nutritivas. A maioria das pessoas pensa que a semente é que produz a baba. Não. A baba está na casca. Ao quebrarmos a casca, percebemos logo a liberação da baba. Quanto mais cortarmos a casca do quiabo, mais baba é liberada. Então, o ideal é cozinhar o quiabo inteiro. Deixá-lo ferver de 3 a 5 minutos e depois dá uma ducha de água fria imediatamente, para conservar todas as propriedades nutritivas. O azeite, que reduz o mau colesterol, é o tempero ideal.

As variedades de quiabo para as pesquisas foram colhidas das plantações dos agricultores que conhecem os segredos da boa safra. Acostumados com o que fazem, os agricultores sabem que o quiabo deve ser plantado no sábado e observar a lua. Se plantar na lua minguante, o fruto nasce torto.




Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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De tanto andar uma região
que não figurava nos livros
acostumei-me às terras tenazes
em que ninguém me perguntava
se me agradavam as alfaces
ou se preferia a menta
que devoram os elefantes.
E de tanto não responder
tenho o coração amarelo.

     Pablo Neruda

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Centelha, tu me dedicaste
a lentidão de meus trabalhos
com a advertência equinocial
da tua fosfórica ameaça
recolhi minhas preferências,
renunciei ao que não tinha
e encontrei a meus pés e a meus olhos
as abundâncias do outono.

Me ensinou o raio a ser tranquilo,
a não perder luz no céu,
a procurar dentro de mim
as galerias da terra,
a cavar no solo duro
até encontrar na dureza
o mesmo lugar que buscava,
agonizando, o meteoro.

Aprendi a velocidade
para deixá-la no espaço
e de meu lento movimento
fiz uma escola desnecessária
como uma tertúlia de peixes
cujo passeio cotidiano
se desenvolve entre ameaças.

Este é o estilo das profundezas,
do manifesto submarino
e não o penso desdenhar
por uma lei da centelha:
cada um com seu sinal,
com o que teve neste mundo,
e me remeto à minha verdade
porque me falta uma mentira.

 Pablo Neruda

 

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Os sintomas principais são manifestados do terceiro ao 15º dia, que é chamado de período de incubação. O tempo médio de duração da doença é de cinco a seis dias. Na dengue clássica ocorre: febre alta com início súbito, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles; perda do paladar e apetite, náuseas, vômitos e tonturas.

Já, na dengue hemorrágica, no início, os sintomas são os mesmos da dengue comum, ou clássica. A diferença ocorre, com maior frequência, quando acaba a febre e começam as dores abdominais fortes e contínuas; vômito persistente; pele pálida, fria e úmida; sangramento pelo nariz, boca e gengivas; sonolência, agitação e confusão mental; sede excessiva e boca seca; pulso rápido e fraco; dificuldade respiratória e perda de consciência. O quadro clínico piora rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa a óbito em até 24h.

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de MG/Secretaria Municipal de Saúde de BH

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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O uso dos temas de saúde no nível internacional passou a ter maior relevância política no início do século XX. O termo saúde internacional começou a ser mais empregado a partir dessa época. No final da Primeira Guerra Mundial, a Sociedade das Nações criou seu Comitê de Higiene que, mais tarde, deu origem à Organização Mundial da Saúde.

Fundada em 7 de abril de 1948, a OMS é uma agência especializada em saúde subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU), com sede em Genebra, Suiça. No nível regional, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) funciona como escritório da OMS para as Américas. A OPAS é a organização internacional mais antiga na área de saúde, criada em 1902. Originou-se do Escritório Sanitário Pan-Americano.

O Brasil é membro-fundador da OMS e já ocupou a Direção-Geral do órgão, durante vinte anos, com o Dr. Marcolino Landau (1953-1973). Com relação à OPAS, foi presidida durante doze anos (1993-1995) pelo Dr. Carlyle Guerra de Macedo e conta com número significativo de especialistas brasileiros.

Na OMS ressalta-se o protagonismo brasileiro nas campanhas de HIV/AIDS; nas negociações da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, consequência, igualmente, da reconhecida efetividade da legislação brasileira de controle do tabaco, entre outros.

A Constituição da OMS, define a saúde como estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade. Esta definição deixa claro que os temas de saúde não são mais apenas assunto técnico, médico-sanitário, como eram antes da criação da OMS, mas sim se vinculam a diversos aspectos da vida humana – sociais, econômicos, meio-ambiente, dentre outros.

Fonte: Fundação Alexandre Gusmão

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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   Os três irmãos Isabela, Vinícius e Gabriel saíram em férias. Estudaram bastante e mereciam descansar se divertindo muito.

               Os três foram passar as férias no sítio do avô Joaquim.

               O avô Joaquim, quando esteve na cidade, contraiu dengue e quase se deu mal.     

               Vovô sofreu, todavia a doença foi vencida.

               Remédios, repouso, orações: vitória da saúde!

               Vinícius, o mais curioso dos três, quis saber a respeito do mosquito de nome esquisito: Aedes aegypti.

               O avô Joaquim explicou que é um inseto silvícola, da selva, do campo e não da cidade. É proveniente do Egito, de onde foi tirado o seu nome.

               Chegou até nós, vindo das selvas africanas, nos navios que faziam o tráfico de escravos negros. Alguns deles, quando capturados conseguia encher moringas de água e nelas as fêmeas do mosquito depositavam os ovos. Quando as moringas ficavam vazias, eram guardadas no porão, mas os ovos permaneciam. Eles resistem em local seco durante um ano e, quando entram em contato com a água, as larvas eclodem.

               Ao chegar ao Brasil, o Aedes encontrou nas matas as condições ideais para viver, pois é um animal silvestre.

               Então, o que este mosquito estava fazendo na cidade lhe picando, vovô? – perguntou Vinícius.

               Devido ao desmatamento, queimadas e gaiolas, o mosquito da dengue está na cidade provocando doenças – respondeu o vovô.

               Como assim, vovô? – perguntaram.

               Com o desmatamento e as queimadas provocadas pelos fazendeiros, donos de gados e agricultores, os insetos da dengue acabam sendo expulsos de seu habitat natural e migram para a cidade – respondeu o vovô.

               E o que tem as gaiolas a ver com isso? – questionou Isabela, sempre atenta.

               Os pássaros se alimentam dos mosquitos da dengue. Comendo estes insetos, eles contribuem para o equilíbrio da população doo Aedes. Entenderam? Presos nas gaiolas, os passarinhos não podem fazer isso.

               A defesa do meio ambiente é a defesa da nossa saúde – afirmou Gabriel.

               O combate ao mosquito da dengue começa com o fim do desmatamento, das queimadas e do livramento dos passarinhos de todas as gaiolas e viveiros. Todos contra os crimes ambientais! – afirmou vovô.

               As crianças, ludicamente, aprenderam que não basta combater o efeito, mas sim lutar contra a causa do problema.

 


(O Reverendo Melchias Silva, da Igreja Metodista da Mantiqueira, em Xerém – RJ, fez esta estorinha para mostrar como foi que o mosquito transmissor da dengue veio para os centros urbanos e para que todos possam refletir sobre o compromisso e a postura de cada um em relação ao meio ambiente e a tudo que nos cerca. A responsabilidade sobre a doença da dengue é de todos nós. É fruto da educação de cada um de nós. Portanto, é hora de agirmos, todos, por uma participação solidária, coletiva e preventiva.)

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.

Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.

Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma – dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral, dizia o reverendo.

Ótima a dona Inácia.

Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva.

Viúva sem filhos, não a calejara o choro da carne de sua carne, e por isso não suportava o choro da carne alheia. Assim, mal vagia, longe, na cozinha, a triste criança, gritava logo nervosa:

- Quem é a peste que está chorando aí?

Quem havia de ser? A pia de lavar pratos? O pilão? O forno? A mãe da criminosa abafava a boquinha da filha e afastava-se com ela para os fundos do quintal, torcendo-lhe em caminho beliscões de desespero.

- Cale a boca, diabo!

No entanto, aquele choro nunca vinha sem razão. Fome quase sempre, ou frio, desses que entanguem pés e mãos e fazem-nos doer...

Assim cresceu Negrinha – magra, atrofiada, com os olhos eternamente assustados. Órfã aos quatro anos, por ali ficou feito gato sem dono, levada a pontapés. Não compreendia a ideia dos grandes. Batiam-lhe sempre, por ação ou omissão. A mesma coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava ora risadas, ora castigos.  Aprendeu a andar, mas quase não andava. Com pretexto de que às soltas reinaria no quintal, estragando as plantas, a boa senhora punha-a na sala, ao pé de si, num desvão da porta.

- Sentadinha aí, e bico, hein?

Negrinha imobilizava-se no canto, horas e horas.

- Braços cruzados, já, diabo!

Cruzava os bracinhos a tremer, sempre com o susto nos olhos. E o tempo corria. E o relógio batia uma, duas, três, quatro, cinco horas – um cuco tão engraçadinho! Era seu divertimento vê-lo abrir a janela e cantar as horas com a boca vermelha, arrufando as asas. Sorria-se então por dentro, feliz um instante.

Puseram-na depois a fazer crochê, e as horas se lhe iam a espichar trancinhas sem fim.

Que ideia faria de si essa criança que nunca ouvira uma palavra de carinho? Pestinha, diabo, coruja, barata descascada, bruxa, pata choca, pinto gorado, mosca morta, sujeira, bisca, trapo, cachorrinha, coisa ruim, lixo – não tinha conta o número de apelidos com que a mimoseavam. Tempo houve em que foi bubônica. A epidemia andava na berra, como a grande novidade, e Negrinha viu-se logo apelidada assim – por sinal que achou linda a palavra. Perceberam-no e suprimiram-na da lista. Estava escrito que não teria um gostinho só na vida – nem esse de personalizar a peste...

O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele os da casa todos os dias, houvesse ou não houvesse motivo. Sua pobre carne exercia para os cascudos, cocres e beliscões a mesma atração que o imã exerce para o aço. Mão em cujos nós de dedos comichasse um cocre, era mão que se descarregaria dos fluidos em sua cabeça. De passagem. Coisa de rir e ver a careta...

A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas  ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! Qualquer coisinha: uma mucama assada ao forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho (surra de chicote durante nove dias) por que disse: Como é ruim a sinhá!...

            O 13 de Maio tirou-lhe das mãos o azorrague, mas não lhe tirou da alma a gana. Conservava Negrinha em casa como remédio para os frenesis. Inocente derivativo.

            - Ai! Como alivia a gente uma boa roda de cocres bem fincados!...

            Tinha de contentar-se com isso, judiaria miúda, os níqueis da crueldade. Cocres mão fechada com raiva e nós de dedos que cantam no coco do paciente. Puxões de orelha: o torcido, de despegar a concha (bom! bom! bom! gostoso de dar) e o a duas mãos, o sacudido. A gama inteira dos beliscões: do miudinho, com a ponta da unha, à torcida do umbigo, equivalente ao puxão de orelha. A esfregadela: roda de tapas, cascudos, pontapés e safanões a uma – divertidíssimo! A vara de marmelo, flexível, cortante: para doer fino nada melhor!

            Era pouco, mas antes isso do que nada. Lá de quando em quando vinha um castigo maior para desobstruir o fígado e matar as saudades do bom tempo. Foi assim com aquela história do ovo quente.

            Não sabem? Ora! Uma criada nova furtara do prato de Negrinha – coisa de rir – um pedacinho de carne que ela vinha guardando para o fim. A criança não sofreou a revolta – atirou-lhe um dos nomes com que a mimoseavam todos os dias.

            - Peste? Espera aí! Você vai ver quem é peste – e foi contar o caso à patroa.

Dona Inácia estava azeda, necessitadíssima de derivativos. Sua cara iluminou-se.

            - Eu curo ela! disse – e desentalando do trono as banhas foi para a cozinha, qual perua choca, a rufar as saias.

            - Traga um ovo. Veio o ovo. Dona Inácia mesma pô-lo na água a ferver; e de mãos à cinta, gozando-se na prelibação da tortura, ficou de pé uns minutos, à espera. Seus olhos contentes envolviam a mísera criança que, encolhidinha a um canto, aguardava trêmula alguma coisa de nunca visto. Quando o ovo chegou a ponto, a boa senhora chamou:

            - Venha cá!

            Negrinha aproximou-se.

            - Abra a boca!

            Negrinha abriu a boca, como o cuco e fechou os olhos. A patroa, então, com uma colher, tirou da água pulando o ovo e zás! na boca da pequena. E antes que o urro de dor saísse, suas mãos amordaçaram-na até que o ovo arrefecesse. Negrinha urrou surdamente, pelo nariz. Esperneou. Mas só. Nem os vizinhos chegaram a perceber aquilo. Depois:

            - Diga nomes feios aos mais velhos outra vez, ouviu, peste?

            E a virtuosa dama voltou contente da vida para o trono, a fim de receber o vigário que chegava.

            - Ah, monsenhor! Não se pode ser boa nesta vida... Estou criando aquela pobre órfã, filha da Cesária – mas que trabalheira me dá!

            A caridade é a mais bela das virtudes cristãs, minha senhora, murmurou o padre.

            - Sim, mas cansa...

            - Quem dá aos pobres empresta a Deus.

            A boa senhora suspirou resignadamente.

            - Inda é o que vale...

            Certo dezembro vieram passar as férias com Santa Inácia duas sobrinhas suas, pequenotas, lindas meninas louras, ricas, nascidas e criadas em ninho de plumas.

            Do seu canto na sala do trono Negrinha viu-as irromperem pela casa como dois anjos do céu – alegres, pulando e rindo com a vivacidade de cachorrinhos novos. Negrinha olhou imediatamente para a senhora, certa de vê-la armada para desferir contra os anjos invasores o raio dum castigo tremendo.

            Mas abriu a boca: a sinhá ria-se também... Quê? Pois não era crime brincar? Estaria tudo mudado – e findo o seu inferno – e aberto o céu? No enlevo da doce ilusão, Negrinha levantou-se e veio para a festa infantil, fascinada pela alegria dos anjos. 

            Mas a dura lição da desigualdade humana lhe chicoteou a alma. Beliscão no umbigo, e nos ouvidos o som cruel de todos os dias: Já para o seu lugar, pestinha! Não se enxerga?

            Com lágrimas dolorosas, menos de dor física que de angústia moral – sofrimento novo que se vinha acrescer aos já conhecidos – a triste criança encorujou-se no cantinho de sempre.

            - Quem é, titia? Perguntou uma das meninas, curiosa.

            - Quem há de ser? disse a tia num suspiro de vítima. Uma caridade minha. Não me corrijo, vivo criando essas pobres de Deus... Uma órfã. Mas brinquem, filhinhas, a casa é grande, brinquem por aí afora. 

            Brinquem! Brincar! Como seria bom brincar! – refletiu com suas lágrimas, no canto, a dolorosa martirzinha, que até ali só brincara em imaginação com o cuco.

            Chegaram as malas e logo.

            - Meus brinquedos! reclamaram as duas meninas.

            Uma criada abriu-as e tirou os brinquedos.

            Que maravilha! Um cavalo de pau!... Negrinha arregalava os olhos. Nunca imaginara coisa assim tão galante. Um cavalinho! E mais... Que é aquilo? Uma criancinha de cabelos amarelos... que falava mamã... que dormia...

            Era de êxtase o olhar de Negrinha. Nunca vira uma boneca e nem sequer sabia o nome desse brinquedo. Mas compreendeu que era uma criança artificial.

            - É feita?... perguntou extasiada.

            E dominada pelo enlevo, num momento em que a senhora saiu da sala a providenciar sobre a arrumação das meninas, Negrinha esqueceu o beliscão, o ovo quente, tudo, e aproximou-se da criaturinha de louça. Olhou-a com assombrado encanto, sem jeito, sem ânimo de pegá-la.

            As meninas admiraram-se daquilo.

            - Nunca viu boneca?

            - Boneca? repetiu Negrinha. Chama-se Boneca?

            Riram-se as fidalgas de tanta ingenuidade.

            - Como é boba! disseram. E você como se chama?

            - Negrinha.

            As meninas novamente torceram-se de riso; mas vendo que o êxtase da bobinha perdurava, disseram, apresentando-lhe a boneca:

            - Pegue!

            Negrinha olhou para os lados, ressabiada, com o coração aos pinotes. Que aventura, Santo Deus! Seria possível? Depois, pegou a boneca. E muito sem jeito, como quem pega o Senhor Menino, sorria para ela e para as meninas, com assustados relances d’olhos para a porta. Fora de si, literalmente... Era como se penetrara no céu e os anjos a rodeassem, e um filhinho de anjo lhe tivesse vindo adormecer ao colo. Tamanho foi o seu enlevo que não viu chegar a patroa, já de volta. Dona Inácia entreparou, feroz, e esteve uns instantes assim, apreciando a cena.

            Mas era tal a alegria das hóspedes ante a surpresa extática de Negrinha, e tão grande a força irradiante da felicidade desta, que o seu duro coração afinal bambeou. E pela primeira vez na vida foi mulher. Apiedou-se.

            Ao percebê-la na sala Negrinha havia tremido, passando-lhe num relance pela cabeça a imagem do ovo quente e hipóteses de castigos ainda piores. E incoercíveis lágrimas de pavor assomaram-lhe aos olhos.

            Falhou tudo isso, porém. O que sobreveio foi a coisa mais inesperada do mundo – estas palavras, as primeiras que ela ouviu, doces na vida:

            - Vão todas brincar no jardim, e vá você também, mas veja lá, hein?

            Negrinha ergueu os olhos para a patroa, olhos ainda de susto e terror. Mas não viu mais a fera antiga. Compreendeu vagamente e sorriu.

            Se alguma vez a gratidão sorriu na vida, foi naquela surrada carinha...

            Varia a pele, a condição, mas a alma da criança é a mesma – na princesinha e na mendiga. E para ambas é a boneca o supremo enlevo. Dá a natureza dois momentos divinos à vida da mulher: o momento da boneca – preparatório, e o momento dos filhos – definitivo. Depois disso, está extinta a mulher.  

            Negrinha, coisa humana, percebeu nesse dia da boneca que tinha uma alma. Divina eclosão! Surpresa maravilhosa do mundo que trazia em si e que desabrochava, afinal, como fulgurante flor de luz. Sentiu-se elevada à altura de ente humano. Cessara de ser coisa – e doravante ser-lhe-ia impossível viver a vida de coisa. Se não era coisa! Se sentia! Se vibrava!

            Assim foi - e essa consciência a matou.

            Terminadas as férias, partiram as meninas levando consigo a boneca, e a casa voltou ao ramerrão habitual. Só não voltou a si Negrinha. Sentia-se outra, inteiramente transformada.

            Dona Inácia, pensativa, já a não atenazava tanto e na cozinha uma criada nova, boa de coração, amenizava-lhe a vida.

            Negrinha, não obstante, caíra numa tristeza infinita. Mal comia e perdera a expressão de susto que tinha nos olhos. Trazia-os agora nostálgicos, cismarentos.

            Aquele dezembro de férias, luminosa rajada de céu trevas a dentro do seu doloroso inferno, envenenara-a.

            Brincara ao sol, no jardim. Brincara!... Acalentara, dias seguidos, a linda boneca loura, tão boa, tão quieta, a dizer mamã, a cerrar os olhos para dormir.  Vivera realizando sonhos de imaginação. Desabrochara-se de alma.

            Morreu na esteirinha rota, abandonada de todos, como um gato sem dono. Jamais, entretanto, ninguém morreu com maior beleza. O delírio rodeou-a de bonecas, todas louras, de olhos azuis. E de anjos... E bonecas e anjos remoinhavam-lhe em torno, numa farândola do céu. Sentia-se agarrada por aquelas mãozinhas de louça – abraçada, rodopiada.

            Veio a tontura; uma névoa envolveu tudo. E tudo regirou em seguida, confusamente, num disco. Ressoaram vozes apagadas, longe, e pela última vez o cuco lhe apareceu de boca aberta.

            Mas, imóvel, sem rufar as asas.

            Foi-se apagando. O vermelho da goela desmaiou...

            E tudo se esvaiu em trevas.

            Depois, vala comum. A terra papou com indiferença aquela carnezinha de terceira – uma miséria, trinta quilos mal pesados...

            E de Negrinha ficaram no mundo apenas duas impressões. Uma cômica, na memória das meninas ricas.

            - Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca?

            Outra de saudade, no nó dos dedos de dona Inácia.

            - Como era boa para um cocre!...


Monteiro Lobato

Postado As terça-feira, setembro 24, 2013 Por MOVIMENTO TÔ DE ALTA

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